O Kiss é uma banda que quando começou tinha forte influência de glam
rock. Basta ver as primeiras fotos e notar um visual à la New York
Dolls. Tocavam um hard rock bem simples, mas honesto. Aos poucos,
principalmente nos anos 80, direcionaram sua música muito para o Heavy
Metal (“Creatures Of The Night” e “Lick It Up”). No meio do caminho
fizeram canções mais pop e até música com influência de Disco Music
(ouça “I Was Made For Lovin’ You”), no entanto, nunca perderam suas
principais características.
Mas em 1997 lançaram um fiasco chamado “Carnival Of Souls: The Final Sessions”. Uma pedra na carreira do Kiss.
Carnival Of Souls: The Final Sessions (reprodução)
Não que seja um disco ruim, é até bastante interessante e com riffs
matadores. O problema é que não soa como o Kiss. Qualquer pessoa que o
ouça, mesmo ainda hoje, vai pensar que é alguma banda perdida de Seatle
que não vingou. O estilo adotado, tentando adaptar ao rock da época, fez
com que o álbum se assemelhar bastante a bandas como Alice in Chains e
The Screaming Trees.
O auge do grunge foi entre 1991 a 1994, “Carnival of Souls” foi
lançado em 1997, ou seja, quando esse estilo já dava sinais de
decadência – o que só fez piorar a situação. O que aconteceu é que o
álbum, gravado em 1995, ficou engavetado por dois anos por causa da
volta do Kiss mascarado em sua formação original, na qual incluía Peter
Criss e Ace Frehley. Ambos tinham participado do “MTV Unpugged” e
iniciava-se uma turnê com essa formação. Portanto, a PolyGram achou
melhor não confundir a cabeça dos fãs.
Assim, Eric Singer e Bruce Kulick já tinham rodado e “Carnival of
Souls” não ia sair mesmo. O Kiss, com o exagerado merchandise de sempre,
se concentrou totalmente na turnê de retorno da formação original.
Acontece que cópias piratas aparecem em grandes quantidades e a
gravadora, enfim, resolveu lançá-lo. E, no mais, Gene Simmons sempre foi
um grande oponente à pirataria.
A foto da capa tenta aparentar aquele ar de banda de garagem (ou
seria banda de Seattle?). Ao colocar a primeira faixa “Hate”, o ouvinte
já leva um tapa na cara com seus riffs pesadíssimos. Segue-se com
arrastada “Rain”, mas logo, depois de passar o susto, fica tudo muito
forçado. Baladas ao estilo southern rock, “I Will Be There”, e “I Walk
Alone”, esta última na voz de Bruce Kulick, é apenas curiosa. Há uso até
de guitarra slide em “Seduction Of The Innocent”, algo bastante incomum
ao Kiss, convenhamos. Além do mais, o álbum é bem sombrio para uma
banda como o Kiss.
“Carnival of Souls”, além de ser um trabalho sem criatividade, é
cheio de riffs manjados, que dão a impressão que você já os ouviu em
inúmeros álbuns. A única música que fez certo sucesso foi a faixa
“Jungle”. Antes o Kiss nunca tivesse assumido o álbum e o deixado viver
somente no mundo da pirataria ou então usar as canções em alguma
antologia da banda.
Fonte da Matéria:http://bagarai.com.br
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